Histórico PCH
O desenvolvimento dos sistemas de energia elétrica de corrente alternada começou nos Estados Unidos em 1885, quando George Westinghouse comprou a patente relacionada aos sistemas de transmissão de corrente alternada desenvolvidos por L. Gaulard e J. D. Gibbs em Paris. Isso permitiu o desenvolvimento das tecnologias associadas de geração hidrelétrica. Portanto, dentre as várias opções energéticas disponíveis, a hidroeletricidade participa da matriz energética mundial há apenas 100 anos.Os recursos hídricos são mais amplamente distribuídos do que os de combustíveis fósseis. Além disso, são caracterizadas por um fluxo renovável, denominado ciclo hidrológico. Tais vantagens conferem à hidroeletricidade uma presença competitiva em um grande número de países.
As crises do petróleo das décadas de 70 e 80 associadas à crescente preocupação com questões ambientais conduziram o planejamento do setor energético mundial para uma estratégia de procura sistemática de fontes alternativas aos combustíveis fosseis.
A nível nacional, o setor elétrico brasileiro sempre baseou o seu modelo de geração nos abundantes recursos hidráulicos do país. No presente, a reordenação da matriz energética nacional é orientada pela falta de recursos públicos para investimentos em grandes empreendimentos e preocupações com projetos que tenham impactos ambientais importantes.
Nesse contexto, as quedas d’água de pequeno e médio porte representam uma importante opção de geração. As Pequenas Centrais Hidrelétricas (PCH’s) surgem como uma alternativa viável, devido ao custo acessível, ao menor prazo de implementação e maturação do investimento, às facilidades oferecidas pela legislação e à disposição das concessionárias de energia elétrica de comprarem o excedente de energia gerada por autoprodutores, além de disponibilizarem o acesso às suas linhas de transmissão a longa distância. Além disso, as PCH’s tem outras vantagens intrínsecas como a atenuação dos eventuais efeitos negativos sócio-ambientais, que permitem, por exemplo, a não interferência no regime hidrológico do curso d’água.
No caso brasileiro, a tecnologia para estudos, projetos e construção de PCH’s existe há muito tempo no País. Contudo, ainda não foi difundida em larga escala, sendo aplicada por um grupo restrito de técnicos, quase todos vinculados aos poucos fabricantes de equipamentos.
O objetivo deste ensaio é a realização de um balanço de informações e tecnologias relevantes e disponíveis atualmente no Brasil para estudos, projetos e construção de PCH’s.